quarta-feira, 26 de maio de 2010

PONTO DE CULTURA - O QUE É?



“Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio, e eu moverei o mundo”.
(Arquimedes matemático grego
–supostamente entre 287 a.C. e 212 a.C.)
O Ponto de Cultura é a ação prioritária do
Programa Cultura Viva e articula todas as suas
demais ações. Ele é a referência de uma rede
horizontal de articulação, recepção e disseminação
de iniciativas e vontades criadoras. Uma pequena
marca, um sinal, um ponto sem gradação hierárquica,
um ponto de apoio, uma alavanca para um
novo processo social e cultural. Como um mediador
na relação entre Estado e sociedade, e dentro
da rede, o Ponto de Cultura agrega agentes
culturais que articulam e impulsionam um conjunto
de ações em suas comunidades, e destas entre si.
O Ponto de Cultura não tem um modelo
único, nem de instalações físicas, nem de programação
ou atividade. Um aspecto comum a todos
é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada
entre poder público e comunidade.
Por comunidade entendemos não somente os
agentes estritamente ligados à produção artística,
como também usuários e agentes sociais em um
sentido amplo.
A adesão à rede de Pontos de Cultura é
voluntária e dá-se a partir de chamamento público,
por edital. O Ponto pode ser instalado em uma
pequena casa, ou barracão, em um grande centro
cultural, ou museu... Basta que os agentes da
cultura viva se apresentem e se ofereçam. A partir
do Ponto, desencadeia-se um processo orgânico
agregando novos agentes e parceiros e identificando
novos pontos de apoio: a escola mais próxima
que mantém suas instalações e recursos fechados à
comunidade do entorno, o salão da igreja, a sede
da sociedade amigos do bairro, a garagem de
algum voluntário que sonhou com (e fez) uma
biblioteca comunitária. Até – por que não? – a
sombra de uma árvore.
São inúmeras as possibilidades de combinação
de ações a partir das disponibilidades vinculadas à
dinâmica própria de cada comunidade. A partir
dessa dinâmica, serão definidas as necessidades de
instalação física e de equipamentos de cada Ponto
de Cultura. Em um deles, o eixo pode ser a
capoeira; em outro, um estúdio de gravação de
hip-hop; em outro ainda, uma oficina de restauração,
grupo de teatro ou de mímica, oficina de
produção de textos e roteiros, atividades circences,
coral, círculo de leitura, cineclube, produção de
programas para radiodifusão, balé moderno ou
clássico, pólo de produção de vídeo digital, break
ou danças regionais, oficina de escultura ou
desenho, aula de violão ou percussão. Quem
escolhe é o povo. Às escolhas, o Ministério da
Ponto de Cultura
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Cultura agregará novas ações e circuitos culturais.
Pontos de diferentes matizes estarão instigando
seus pares. Até que o eixo de cada Ponto passe a
agregar novos eixos e a partir de um ponto surja
uma espiral.
Enfim, o Ponto de Cultura será “uma espécie
de ‘do-in’ antropológico, massageando pontos
vitais, mas momentaneamente desprezados ou
adormecidos, do corpo cultural do País (...)”; “será
o espaço da experimentação de rumos novos. O
espaço da abertura para a criatividade popular e
para as novas linguagens. O espaço de disponibilidade
para a aventura e a ousadia. O espaço da
memória e da invenção”*.

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